A Inteligência Artificial das Redes Sociais

Inteligencia Artificial
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Para que se saiba não sou de modas. Tenho um velho telemóvel já com o ecrã partido há algum tempo e não faço intenções de o substituir porque funciona bem e dá para comunicar. Além disso, só utilizo as redes sociais esporadicamente quando estou de férias.

Num outro dia, quando divertia-me numa conversa com um amigo no facebook, fui advertido pela IA (Inteligência Artificial) do facebook pelo facto de ter escrito a palavra “maricon” no diálogo com o meu interlocutor.

Para que se perceba, os algoritmos da inteligência artificial foram criados para reduzir custos e  substituir o salário dos humanos  mas, felizmente para os que trabalham no facebook, ainda não são perfeitos. Os que gostam de tecnologia sabem que os programas de IA utilizam Bases de Dados gigantescas para interpretar à letra palavras isoladas ou até frases  que, no caso do facebook, é sempre entendido como um paradigma do incentivo à violência,  à homofobia ou xenofobia.

Tudo isto até seria tecnicamente aceitável se o famoso programa de IA “Alerta de Conflito” do facebook  tivesse lido todo o diálogo e tivesse percebido que tratava-se apenas de uma conversa humorística entre amigos. Por mais que se avance na tecnologia, a IA não reconhece o humor humano e colocar um computador a rir com uma piada sem nexo deve ser um dos algoritmos mais complexos de se implementar.

Depois da primeira advertência  e já em tom de desafio fiz um segundo comentário alterando o adjetivo para “mariconço”,  convencido que o facebook já não detetaria a palavra como algo ofensivo. Nada mais errado, mais uma vez fui advertido  e o comentário eliminado por ser considerado um incentivo ao ódio.  O aviso subiu de tom e fui advertido, que se continuasse, podiam suspender a minha conta por um determinado período. Só me faltava esta! fez-me lembrar do tempo da primária em que se ficava de castigo contra uma parede por se deitar a língua de fora à colega do lado.

O que  dá vontade de rir é que toda esta atuação púdica do facebook contra a violência e os bons costumes surge de uma plataforma que utiliza ferramentas de marketing abusivas para ganhar fortunas em publicidade. Quem é que agora consegue navegar no Instagram ou no facebook sem ser assediado por dezenas de  publicidades de biquínis intercaladas em cada foto publicada por um amigo? E que dizer do facto de ser quase obrigado a seguir celebridades e outras coisas banais? Agora sou incentivado a ver publicidade de biquínis  porque a Cristina está na mesma rede WIFI? Será que a IA pensa que pelo facto de  estarmos no mesmo sitio  posso também  estar interessado numas cuequinhas fio dental?

O mais cómico é que toda esta forma de censura vem de uma empresa que alterou  a designação social para “Meta” esquecendo-se que “meta” em hebraico significa “morte” e que em português pode ser confundida com o Imperativo Afirmativo do verbo “meter” e assim sendo, o próprio nome da empresa corre o risco de ser censurado  pela IA por ser entendido como um claro incentivo à violência e à pornografia.