A Cultura dos Miseráveis.

Cultura sem nexo
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E o que é ser culto? Ler livros ininteligíveis? Declamar umas coisitas com voz de cama e jurar que Hemingway afinal era um maricas que engatava italianos nas esplanadas de Paris?

E saber calcular o limite do seno de X sobre X, quando X tende para zero, é cultura?

Não! Isso é reles matemática!

E não é difícil encontrar meia dúzia de candidatos a intelectuais convictos que a literatura é o Santo Graal da cultura e que tudo o resto é prescindível e miserável.

Tudo isto vem a propósito da moda das Tertúlias Literárias que por aí proliferam onde basta escrever umas balelas candidatas a poemas, e combinar um jantar onde o verdadeiro objetivo é cometer adultério em grupo.

Por falar em sexo e mulheres, lembro-me de um amigo meu, que todos os dias comprava o “Livro do Dia” na Feira do Livro – apenas por ser o mais barato – com o objetivo de preencher uma estante lá em casa, e impressionar assim as namoradas.

Para terminar – e para quem ainda não sabe – o limite do seno de X sobre X quando X tende para zero, calcula-se começando por substituir o X por zero, o que resulta uma indeterminação. A indeterminação resolve-se facilmente aplicando a regra de l’Hôpital, isto é, derivando o seno do numerador e o X do denominador. Assim, e finalmente, temos que o limite da função é 1.