O primeiro dia do resto das nossas vidas

Fogo de Artificio - Madeira
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O ano que já lá vai foi para esquecer. O minúsculo vírus entrou nas nossas vidas e alterou inevitavelmente todas as nossas rotinas. Eu que o diga, porque depois de uma semana de diarreia suspeita e inexplicável, a motivação para um Réveillon com a  habitual folia era pouca.

É hábito termos a casa cheia de familiares e amigos, mas este ano a pandemia do SARS-CoV-2 alterou imperativamente os nossos costumes. Cá em casa tivemos apenas os da casa e até a famosa discoteca da garagem esteve muda e calada. Ficam por isso as saudades do “Apita o Comboio” de José Malhoa e do “Stayin’alive” dos Bee Gees que nos fazia reviver os anos 80 até de madrugada.

O frio não ajudou nada e os 12ºC que se fazia sentir lá fora não era convidativo a festejos exuberantes,  pelo que optamos por ficar no conforto do interior da casa a maior parte do tempo.

Como se sabe, no dia 31 sou sempre o fatídico cozinheiro da casa, mas este ano nem acendi a churrasqueira e optei por uns simples nacos de Filet Mignon com puré de batata. E nem a famosa mousse de chocolate negro da Cristina fez-nos esquecer dos muitos que por um ou outro motivo não puderam celebrar a passagem do ano. E não fossem os vapores do meu bagaço preferido e de um viciante cigarro, o jantar teria sido mais um igual a tantos outros.

Dadas as circunstancias a noite até correu bem e  não tivesse a cadela aproveitado a distração do fogo-de-artifício para fazer desaparecer a dúzia de pequenas queijadas,  que tínhamos esquecido na mesa da sala à mão de semear, tudo teria corrido como espectável.

Nisto tudo salvou-se o habitual e excelente espetáculo pirotécnico que nos fez esquecer por oito minutos os maus momentos de 2020. O ano de 2020 ficou para trás e a certeza da concretização dos desejos das doze passas dão-nos o alento de que iremos vencer a batalha da pandemia e que 2021 será um ano memorável para todos.

Um Feliz Ano Novo!