Diário de uma Quarentena. Dia 256?… Não… Dia 18? … Já nem sei …

Quarentena provoca loucura sem nexo
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Já estou há tanto tempo confinado em casa que já nem sei que dia da semana é hoje. Para que não se assustem com a foto, quando estou em casa sou o cozinheiro de serviço e por isso normalmente ando de avental e agora com uma bandolete da SuperBock da Cristina com a forma de um peixe.

Com tudo isto a Cristina está completamente convencida que já atingi o limite da sanidade mental e que estou a um pequeno passo da demência.

Mas não sou o único, ontem desci à garagem e surpreendi a Cristina aos saltos em frente ao telemóvel. De início pensei que se tinha passado, e depois julguei que estava a me trair com outro gajo. Do outro lado do telemóvel estava um tipo careca musculado vestido com umas leggings cor-de-rosa. Ser traído ainda vá, mas por um monte de músculos de leggings cor-de-rosa é inaceitável. Depois, quando fiquei mais calmo, ela explicou-me que aquilo era uma aula de Strong By Zumba da UMa(Fitness) pela internet.

Tudo gente louca aos saltos!

A rir, subi as escadas para voltar para a cozinha convencido que o meu casamento continuava seguro e que era um homem de sorte porque ela nunca me trocaria por alguém com leggins cor-de-rosa.

Mas o meu casamento podia ser muito diferente, e para pior. Se pensarmos que antes de casar com a Cristina, no topo da minha lista de mulheres quentes, constavam as enfermeiras e as polícias.

Enfermeiras porque se eu ficasse doentinho adoraria que uma mulher me medisse a febre e me tratasse com Benuron, Imodium, Aspegic, e que quando eu estivesse com tosse me esfregasse o peito com Vick Vaporub.

E mulheres Polícias porque sempre tive uma fantasia masoquista de ser preso à cama com algemas por uma mulher fardada e que depois ela me enchesse de pancadaria o que faria as “50 Sombras de Grey” parecer um filme para crianças.

Lá no fim da lista de mulheres quentes estão as frias juristas, e digo isto com convicção, porque julgo que ao fim de uma semana de casamento, eram bem capazes de invocar o Artigo 13.º (Princípio da igualdade) da Constituição Portuguesa que conjugado com o Artigo 15º da Lei nº 38/2018 de 7 de agosto, permitia-lhes mudar de sexo, e que assim a partir da 2ª semana de casamento passasse eu a ser o alvo predilecto da penetração.

Como podem ver continua tudo muito sexista  e normal cá em casa.

#fuckcovid19