A Cristina, e as Compras

Compras na Zara sem nexo
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Há mais de 3 meses que tínhamos problemas com o micro-ondas. Era um Whirlpool com tecnologia 3D. Eu nunca quis saber como funciona o 3D num micro-ondas por isso na altura da compra acreditei em tudo o que o vendedor me disse. Fartos de ser massacrados por um micro-ondas irritante decidimos no sábado levar o Whirlpool ao agente da Philips.

Lá foi o tempo em que se jogava fora os avariados e comprava-se logo um substituto. É a crise. Depois da entrega, e como tínhamos madrugado, a Cristina decidiu que queria dar uma voltinha no Madeira Shopping. Eu conheço as voltas dela, são horas e quilómetros sem fim a ver montras, mas como precisava de comprar um cartão de memória na FNAC para o meu Android, aceitei.

Começamos a maratona com um café e fomos logo à FNAC onde comprei um microSD por 9 euros e recebi um talão de desconto de 10 euros. Havia qualquer coisa de arrepiante naquele negócio mas como era muito cedo para o meu cérebro perceber guardei apenas o talão na carteira sem questionar nada. Ela estava feliz. Tinha uma data de talões de desconto que pensava utilizar nesse dia.

Distraída, ou não, passamos pela “Salsa” sem entrar, e fomos logo à “Zara”.

A coisa mais chata do mundo para um homem é estar numa secção de roupa feminina, a olhar para a iluminação do teto, enquanto elas procuram a peça ideal. O tempo passava devagar, e por isso eu entretinha-me a observar os outros homens – vitimas como eu – que nem sabiam onde por as mãos, ou para onde olhar. Que frete!

Quando ela olhava para mim mostrando uma peça, eu sorria e concordava afirmativamente com a cabeça. Depois de desarrumar metade da loja comprou uma camisa. Saímos, e entramos logo no “CorteFiel”.

Bem, a coisa promete. Ela nem gosta muito do género. Depois de uma passagem rápida pela parte feminina paramos nas camisas masculinas. Ela sabe que gosto das camisas PdH, por isso começou a escolher as minhas preferidas. Ela também sabe que gosto de qualquer cor desde que seja lisa e branca. O azar é que as camisas não estavam em promoção e eu não compro roupa para mim sem ser em promoção.

Para quem não sabe, as minhas camisas Gant ou Sacoor são compradas no Freeport do Sócrates, e sempre em promoção. Eu mantinha-me calmo e por isso, e de vez em quando, ela olhava para mim desconfiada com a minha passividade, pois costumo espernear após os primeiros 10 minutos de compras. O que ela ainda não sabe é que a minha passividade tem um preço. Finalmente entramos numa perfumaria.

Faltava-me o aftershave. Gosto particularmente do Fahrenheit. Mas cinquenta e quatro euros por 125ml? E ela achava normal. Cinquenta e quatro euros são doze euros de IVA para o Vítor Gaspar. Recusei. Quando dei por mim eram 14H00 e finalmente fomos almoçar.

Foi um sábado fantástico e admirável e isso abriu-me o apetite.