Os Dogmas da Ciência.
Na História da Humanidade todas as guerras que se conhece foram despoletadas por dogmas porque simplesmente são as verdades consideradas inequívocas que motivam as multidões.
E o que são dogmas? Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, dogma é algo fundamental e indiscutível de uma crença religiosa. Os dogmas são atribuídos a princípios teológicos que são considerados verdadeiros e irrefutáveis. E o pior, é que quaisquer dúvidas ou descrenças são, na maior parte das vezes, violentamente rejeitadas por serem consideradas heresias ou blasfémias. E por isso mesmo, Galileu, para não morrer queimado, teve de negar perante a Inquisição Católica Romana a sua teoria de que a Terra movia-se em redor do Sol.
Os dogmas são implacáveis porque é mais fácil às multidões aceitar um facto como verdadeiro do que pensar por si. E por tudo isto, já Nietzsche escrevia em 1885 no seu “Assim falou Zaratustra” que o fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos.
Mas se os dogmas religiosos são pela sua natureza implacáveis, os dogmas políticos e científicos não lhe ficam atrás. Na política os dogmas separam inequivocamente os Comunistas dos Nazis, e na Ciência os axiomas são por princípio indiscutíveis, ou seja, haverá alguém que duvide que dois mais dois serão sempre quatro?
Se em matemática 2+2 é ainda quatro, em política pode ser o que se quiser. Em 1931 a propaganda soviética de Estaline afirmava que por causa do entusiasmo dos trabalhadores, 2+2 eram agora 5 , e não foi preciso esperar muito, para Göring também afirmar que se Hitler quisesse dois mais dois seriam cinco.
E na ciência pode uma fórmula matemática básica ter dois resultados? Na internet tornou-se viral a fórmula 8:2x(2+2) com mais de 14000 respostas e milhares de discussões. Segundo a AMS –American Mathematical Society dada a ambiguidade da fórmula o resultado pode ser 1 ou 16.
A verdade é que, tal como os dogmas políticos, os científicos não são eternos e duram enquanto duram, e um exemplo disso, é a velha nossa conhecida teoria de Lavoisier que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, ter sido comprometida por outro dogma, o da relatividade de Einstein.
Para memória futura fica registado que, pior que um dogma, só outro dogma.